Nesta primavera, mais uma vez, falhei o momento. Mais um ano, portanto. E isto vem desde há 40 anos, ano após ano, primaveras sucessivas, momentos não agarrados.
No tempo dos autocarros verdes, de dois andares, o banco de três lugares à frente em cima era perfeito. Passava-se a razar as copas, às vezes os ramos fustigavam o vidro, lembro-me especialmente num dos lados do Jardim Constantino onde era inevitável fechar os olhos e encolher-me. Ramos nus, pequenos chicotes. E pensar: vou observar as primeiras folhas, vou marcar o dia de início da renovação. E de repente, tinha-me distraído, as folhas já estavam formadas, já havia tufos por toda a copa. Para o ano, portanto, sem falhar.
Será sem dúvida em 2010.
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Começar o dia lendo um texto assim torna a vida um bocadinho melhor. Senti-me inspirado :-).
ResponderEliminarEu também! Mas depois lembrei-me da minha alergia... :-(
ResponderEliminarEstava a brincar! Gostei muito do texto :-)
Também tenho a ambição de ver as olaias floridas quando ainda são uma massa cor de rosa, antes de despontarem as folhas verdes. Às vezes consigo.
ResponderEliminarMas há quem monitorize os jacarandás e faça disso mote de artigo de jornal.
Cada um tem os seus jardins privados